Maybe I'll tell you a secret... a little one

Era uma vez uma menina que tinha a mania que as cores e os sorrisos estavam sempre ao alcance de todos, a toda a hora e a todo o instante...

sábado, março 28, 2009

ela lá sabe...

"O que é mesmo BOM são as salsichas do Reis!"

by: JJ

não quero ter filhos!

não depois de ouvir uma professora (médica e mãe!) explicar tudo aquilo por que passam as grávidas. não depois de saber que a placenta actua como um "parasita" para proteger o feto. não depois de perceber que quem sofre a sério são as futuras mamãs.
achava que sim, mas afinal já não quero ser uma delas! dispenso as dores nas mamas, as náuseas e os vómitos, o cansaço, a diabetes gestacional, a pele seca e o prurido, as estrias, as varizes, os edemas, a "urgência urinária", as secreções ou o corrimento vaginal, as hemorróidas, a obstipação, a ansiedade, o stress e a depressão. entre tudo o resto que, decerto, também lá está.

serão as alegrias da maternidade suficientes para uma mulher passar por isto? mais do que isso, serão assim tantas as alegrias que façam uma mulher querer passar por isto mais do que uma vez? tenho as minhas sérias dúvidas...
se até lá me esquecer, pode ser que os meus pais venham a ser avós e a minha irmã tia. entretanto, vou estudar muito bem as formas mais eficazes de isto NÃO acontecer de todo :)

segunda-feira, março 23, 2009

quero que venhas

confesso que nos últimos dias "não tenho gostado particularmente de ti" secretamente. e que fiquei aborrecida por não me responderes, por não me dares notícias e, principalmente, porque quando deste já era tarde demais. isto aconteceu já mais do que uma vez e fiquei ligeiramente aborrecida da última.
confesso que não acreditei que quisesses vir. que duvidei que tivesses verdadeiramente essa vontade. e que temi que fossem os nossos pais a fazer planos sem "nos" (mais a ti do que a mim) consultar. o meu garantiu-me que tinhas ficado entusiasmada e confesso que, muito, mas mesmo muito secretamente, também eu fiquei. adoro ter-te por perto e tu sabes disso.
achei que não tivesses saudades como eu e que não te fizessem falta aqueles dias que, de vez em quando, temos juntas.
mas por mais aborrecida que estivesse, foi impossível continuar depois de te ler. não sei quem são os teus "melhores" e não preciso de saber. basta-me apenas saber quem são os meus e a falta que me têm feito ultimamente. tu és uma delas e eu preciso muito de ti. há histórias a contar, novidades a saber, experiências a trocar e eu quero saber isso tudo. e quero ouvir-te e saber-te aqui pertinho.
por isso, vem. vem passar aqueles dias comigo.

quarta-feira, março 18, 2009

lá vamos nós em expedição

e amanhã de tarde, lá vamos nós às queijadas (a aos travesseiros...), cada qual com a sua contribuição.
a D. vai encantar estrangeiros com o seu novo look intelectual; a N. vai cantar umas músicas do HSM pelo caminho para animar a malta; a J. pequenina que só ela, vai tentando furar por entre a multidão para conseguirmos chegar aos balcões do café; a S. vai para sintra, quando o que queria era ir para belém; a F. vai conhecer a serra, porque diz que queijada e travesseiro não hão-de entrar naquela boca (!); e a J. vai tomar conta de nós que bem precisamos (ou tomamos nós conta dela... logo se vê).
:)

quinta-feira, março 05, 2009

é difícil comunicar com alguém que se encontra quase incomunicável (o que é inacreditável nos tempos em que vivemos). é difícil deixar passar tanto tempo sem ouvir uma voz tão familiar e a que estamos muitíssimo habituados. é sobretudo difícil estar longe.
aprendemos sempre as coisas da pior maneira. por muito que já tenhamos ouvido contar achamos sempre que, ou não nos acontece a nós, ou que então é mais fácil do que todos nos dizem. sim, porque a probabilidade de todos estarem errados e nós certos parece-nos sempre muito grande, embora tenhamos tido aulas intensivas de probabilidades no secundário e de sabermos que elas quase nunca funcionam a nosso favor (veja-se o caso do euromilhões).

(chateia-me sentir saudades tuas todos os dias e não poder fazer nada para mudar isso. simplesmente, não posso deixar de sentir saudades porque quero, nem posso fazê-las desaparecer de outra maneira qualquer.)

mas, nesta altura em que estamos, acho que há muita coisa que já não precisa de ser dita. nem deve.
não gosto e não acredito nisso, por isso é que digo tantas vezes o que não é preciso (e talvez porque também gosto de ouvir aquilo que já sei) e que digo tanta coisa que não devia ser dita (talvez nisto precise de melhorar um bocadinho... como alguém me disse ainda outro dia: "em boca fechada não entra mosca"...).

e sim, tenho-me vindo a habituar a tudo como posso :)

quarta-feira, março 04, 2009

Eis o que pode acontecer num 4 de Março como outro qualquer, pouco depois das 8h da manhã

4 de Março, 8h00 - 10h00
Levanto-me eu às 6h30, visto-me, saio apressada como quem já "vai tarde" (coisa que é comum sempre), encaminho-me para a estação (com alguma dificuldade, confesso), "apanho" o comboio das 7h16 sempre com o mesmo destino, chego à escola, "arrasto-me" para a sala indicada no horário, procuro um lugar bonzinho (daqueles que custa encontrar no anfiteatro, mas não às 8h da manhã!), sento-me, guardo três lugares por perto, retiro as coisas da mala e espero.
Até aqui, nada de novo... Não é hábito ir de pijama para a escola, nem "enfiar-me" num comboio com destino às Caldas. (O que eu ainda não sabia era que a pessoa com quem eu iria ter de hoje em diante, sempre às mesmas horas, nos mesmos dias, era um professor que em nada me pareceria comum.)
Segunda aula de fisiopat, que equivale à primeira (visto que o professor faltara na anterior).
Cada vez mais gente começa a entrar pela porta do anfiteatro, sem grandes expectativas nem ambições... "Professor que falta na primeira aula, é professor que goza com os alunos.", "Se ele voltar a faltar, juro que nunca mais cá ponho o rabo!", "Zzzzzzzzzz." são algumas das coisas que se vão ouvindo no meio da multidão que vai conversando enquanto espera o veredicto.
Os lugares que destinara aos meus fiéis companheiros, começam a ser ocupados e a conversa flui.
8h15... "Olha, ele já chegou." ouço murmurar. Levanto a cabeça do papel onde estava a escrever já o nome da disciplina e a data quando o vejo... Homem, alto, forte, bigode, barba (des)feita, olhos verdes e pronúncia do norte.
Sem nunca dizer o nome, começou a falar. À medida que entrava gente na sala continuamente, fez-nos saber que não é grande (nem pequeno...) adepto de atrasos. Desbobinou grande parte da vida: é de "Trás dos Montes", tem quatro filhos homens (para deixar bem claro), sendo que "o mais novo tem 8, o mais velho 27 e os outros dois não interessam a ninguém", como fez questão de dizer, e etc, etc. Percebemos desde cedo que era um homem bem-disposto, que diz a sua graçola a torto e a direito, embora ainda não fosse o suficiente para nos tirar inteiramente do estado de "alerta" em que (todos) os alunos ficam num primeiro encontro com um professor (o juíz da sala de aula). Não foi preciso muito para quebrar o gelo... Assim que declarou (sem qualquer pudor) que: "Nunca tive nenhum problema com um aluno. Todos os meus alunos me cumprimentam no corredor. Isto só pode querer dizer duas coisas: ou sou um professor de que gostam ou então sou um grande filho-da-puta.". Foi neste exacto momento que toda a sala "rompeu" em gargalhadas sonoras e sinceras e foi quando a empatia começou a ganhar corpo.
Depois de muitas palhaçadas, meninas enganadas na sala que deram que falar, atrasos, apresentações individuais de alunos de três turmas distintas, muitos "implicanços" com o benfica e com os benfiquistas em geral (que nem coragem tiveram de se assumir como tal perante aquele portista que desde logo mostrou a sua aversão e intolerância ao clube e adeptos), apresentação da cadeira, do programa e da avaliação, uma garrafa de água cedida por uma aluna ao professor (que estava com sede), alguns "conselhos" e mais uma frase que marcou a aula, desta vez sem dar grande vontade para rir ("A minha cadeira é para fazer por frequência. Quem for a recurso, chumba.") terminou a segunda/primeira aula de fisiopat.